Resenha 11 | O Enigma da Adormecida

Título: O Enigma da Adormecida – Série Crônicas do Reino do Portal, livro 1
Autora: Simone O. Marques
Editora: Literata (2013, 296 páginas)

Sinopse: Oito jovens desconhecidos em um mundo estranho. Magias, feitiços, desafios e sombras irão acompanhá-los numa aventura de descobertas e conflitos.

Resenha

O  Enigma da Adormecida é o livro promovido pela terceira edição da Turnê Virtual e, por este motivo, tive a oportunidade de lê-lo.

Já sentia curiosidade de conhecer a narrativa da Simone O. Marques desde que seu livro, Paganus, esteve entre os meus desejados. Li várias resenhas apreciativas sobre seu trabalho e foi com expectativa que comecei a leitura de O Enigma da Adormecida, primeiro volume da série Crônicas do Reino do Portal. A sinopse revelava tão pouco que, confesso, não previa o que Simone teria criado.

Em suas poucas 296 páginas, este livro carrega consigo a capacidade de te levar a outro mundo e fazê-lo sentir o desespero, a angústia e a raiva de não saber como foi parar nele. Na história, oito jovens brasileiros (quatro homens e quatro mulheres), totalmente desconhecidos uns aos outros, são os protagonistas. Sete deles acordam em um celeiro no meio da noite. Como foram parar lá é um mistério, mas o pavor de encontrar a porta trancada é inegável! Apenas uma jovem junto deles ainda dorme e não parece dar sinais que despertará. Várias possibilidades são consideradas: sequestro, trote dos amigos, reality show...? Em meio ao medo e à escuridão, dois homens vistos somente pelas frestas da madeira lançam fogo no celeiro. Os jovens precisam sair ou morrerão!

Ao saírem, o frio é congelante. Muito diferente do clima tropical do Brasil. Não há sinais dos dois homens que tentaram matá-los, mas encontram quatro cavalos. Sem comida, sem segurança, sem roupas para aquecê-los e sem visibilidade por ser noite, decidem aguardar o amanhecer para explorarem onde estão. A manhã vem, mas com uma densa neblina que nada permite ver além de uma alta torre de pedras. Parece que o destino não lhes dava uma outra oportunidade de rota a não ser ir até ela.

A aventura, então, começa e somos apresentados aos diferentes jovens que compõem esse grupo: Marcelo, o mais centrado e objetivo; Eric, o mais forte e autoritário; Mônica, a mais feroz e teimosa; Eduardo, o mais inteligente e humorado; André, o mais sábio e equilibrado; Fernanda, a mais sensível e insegura; Adriana, a mais gentil e calma. Todos desconfiados uns dos outros e tensos com a perspectiva de que alguém os colocara juntos. Por quê?

É com surpresa que desvendamos os mistérios que rondam este mundo. A cada descoberta, temos o vislumbre das mudanças pessoais dos personagens. Marcelo, o que sempre procurou viver sozinho e não depender das pessoas, foi designado para uma nobre missão que exigiu aprender a assumir-se como líder diante dos outros e garantir a segurança de todos. Sua vida está misteriosamente ligada à vida da jovem que ainda não acordou e, aparentemente, ele era o único que realmente se importava em mantê-la viva. Marcelo não a conhecia, mas sentia que devia fazê-la despertar. O grupo apelidou-a de "Bela Adormecida", o que achei interessante, pois em vários momentos temos divertidas menções aos contos de fada.

Com a ajuda de Zin, uma senhora não-humana que colabora com eles, descobrem o propósito de suas ações e assumem – apesar da loucura que isso representa – que realmente estão em outro mundo. Não é um sonho ou reality show. Para voltarem ao seu lar, terão que enfrentar difíceis obstáculos que envolvem magia e criaturas jamais vistas com as quais terão de lutar! Antes mesmo da metade do livro, lembrei-me do desenho animado Caverna do Dragão, que adorava assistir. Não contive a risada ao encontrar uma divertida referência a este desenho no livro:

– Todos terão muito a aprender – Zin falou balançando a cabeça parecendo cansada. – Mas não haverá quem ensinar. Terão que aprender sozinhos. Terão que dominar seu medo, suas inseguranças, seu orgulho... dominar seu corpo e seu espírito.
– Ai meu Deus... é o mestre dos magos... – Eduardo suspirou encostando-se à cadeira. Aquela cena com uma mulher pequena, falando em enigmas o fez se lembrar de um desenho que assistia quando era criança.
– Não, não... – Zin sorriu. – Mas encontrarão magos com certeza e não confiem em todos eles, isso eu posso adiantar (...).
– Era só o que faltava. (p. 63)

A narrativa da Simone O. Marques não me decepcionou. Adorei a maneira como ela escreve, alternando humor e revelações drásticas com maestria. O Enigma da Adormecida é escrito em terceira pessoa e, embora possua como foco central o casal Marcelo e sua "Bela Adormecida", é possível acompanhar o desenvolvimento físico e emocional de cada personagem. Essa característica da obra me agradou muito!

Vale dizer que cada capítulo possui uma imagem ilustrativa, muito bonita. Adoraria vê-las impressas. A princípio, a capa não me atraiu, mas depois de ler a obra percebi ser uma ótima perspectiva do ambiente em que os personagens estão. A única fragilidade que atrapalhou um pouco a leitura foi que, quando o foco da narrativa passava de um contexto a outro, algumas vezes não havia espaço entre os parágrafos que permitissem entender imediatamente a mudança. Pode ser, no entanto, que essa seja uma fragilidade apenas da versão digital e não esteja na versão impressa.

Já estou ansiosa para ler a sequência da série Crônicas do Reino do Portal!

Aproveite e adicione o livro no Skoob. :) 

Avaliação:

E você?

Já conhecia o livro ou pretende lê-lo? 

Comente! /o/

Aproveite a oportunidade de ganhar um exemplar físico, autografado pela Simone O. Marques, participando do sorteio aqui!