Resenha 113 | Distopia

Título: Distopia
Autora: Katie Willians

Editora: Arwen | 2015 | 318 páginas

Sinopse: Em uma sociedade governada por militantes, com um sistema incorruptível, as crianças são isoladas no regimento militar aos sete anos de idade e treinadas para serem soldados. Lá, eles aprendem da forma mais cruel a atirar e a matar, perdendo muito cedo a sua inocência. Depois da Grande Guerra, o mundo passou a ser dividido entre governantes e governados e cada um tem as suas dores, suas mágoas e limitações. E o que nos resta saber é: de qual lado você está? Porque no final das contas, não estamos vestidos para lutar... Assim como nunca estaremos vestidos para morrer…

Resenha

por Bianca

Olá, leitores!!!

Distopia é um livro nacional, no qual o título já foi o grande atrativo pra mim. Amo distopias e todas que já li até hoje não me decepcionaram.

Ao contrário dos demais livros, esse não tinha quase nada de informações na sinopse e algumas resenhas que li não traziam absolutamente nada sobre os personagens. Esses fatos só aguçaram ainda mais minha curiosidade, mas preferi me manter no escuro e entrar no clima do desconhecido.

A história se passa em 2064, um futuro bem diferente daquele que poderíamos imaginar. Uma grande guerra mundial destruiu tudo. Foi a responsável por deixar poucos sobreviventes no mundo além de um cenário onde a falta de recursos passou a ser comum em todos os cantos. Grandes políticos simplesmente sumiram e os coronéis, que comandavam os exércitos rivais, aliaram-se para governar o que restou da população mundial.

Cada canto do mundo passou a ter seu líder militar e o povo perdera o direito de escolher seu representante, pois o poder era passado hereditariamente, de pai para filho.

A história se passa no Regimento Norte, onde de cara percebemos a divisão entre governantes e governados.

Os governantes viviam no lado bonito. A fartura, a riqueza, o verde e o luxo eram rotina. Os governados viviam no lado “cinza”. A falta de comida e o fato de não terem condições para se manterem vivos faziam com que todos obedecessem fielmente ao Regimento Militar.

Quem se atreveu a pronunciar em voz alta sobre discordar do Regimento, ou das regras ditadas pelo coronel, nunca mais foi visto. (p. 14)

A fim de treinarem soldados fortes e obedientes, o Regimento convocou crianças de apenas sete anos de idade para servi-lo.

...este era um dos grandes objetivos por trás do Regimento. Transformar garotos fracos em homens fortes e soldados de ferro. (p. 38)

Assim, acompanhamos os treinamentos e o crescimento dessas crianças ao mesmo tempo em que testemunhamos a vida da família do Coronel do Norte.

Somos pegos de surpresa, mil sentimentos nos rodeiam durante a leitura. Analisando os momentos entre as crianças, compadecidos com o sofrimento. Elas foram arrancadas de seus pais e, desde então, souberam exatamente que nunca mais os veriam. A autora foi muito cuidadosa criando personalidades e diálogos de impacto entre as crianças. Num momento, cheguei a anotar, como ponto negativo, que eram maduras demais. Então me peguei analisando as histórias que meus avós me contam. No passado, era comum uma criança com seis ou sete anos de idade ser obrigada a amadurecer para trabalhar. Aliás, infelizmente, essa ainda é a realidade de muitas comunidades espalhadas pelo mundo. Vi que estava totalmente dentro do contexto elas serem assim e pude perceber que a autora foi detalhista, colocando, por exemplo, o fato das crianças acharem o combate divertido. Algo totalmente inocente. Assim, risquei o “ponto negativo” e troquei como um grande “ponto positivo” da história.

Por outro lado, vemos a então normalidade em meio à família do Coronel. Conhecemos sua filha, Laura, cheia de garra e vontade própria num governo onde mulher não tem vez. Uma personagem que me fez ficar com tanto medo de lembrar outras por aí, mas que no fim das contas foi totalmente única.

Ser mulher nunca foi e nunca será sinônimo de fraqueza.

É uma história tão completa, que mescla muito a fantasia com a realidade. Achei magnífico e diferente de tudo que já li. Fiquei orgulhosa por ser uma obra nacional.

– Não sei pra quê tanto drama. Pessoas nascem e morrem o tempo todo. (p. 252)

Alguns leitores podem se assustar com a forma de divisão da história. Temos o presente, ora no círculo dos governados, ora dos governantes, e os interlúdios mostrando o que aconteceu em situações passadas. Li resenhas que negativaram esse fato, porém, em minha opinião, tal formato é o que dá mais emoção à história.

Leitura mais que recomendada, chega a ser obrigatória pela riqueza do enredo. Tornou-se meu livro favorito.

E não posso finalizar a resenha sem antes dizer o quanto amei a edição. A Editora Arwen está caprichando ainda mais nos detalhes, ficou linda e não deixou a desejar para uma obra tão perfeita.

*O MQS agradece a Editora Arwen pela cortesia dessa leitura em e-book.*

Avaliação:

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Conheça outras obras da autora:

Título: Debaixo das Minhas Asas
Autora: Katie Willians
Editora: Multifoco | 2012 | 172 páginas

- Skoob -

Sinopse: Ela é um anjo. Um anjo que adora quebrar as regras e raramente se importa com algo. Abbigail Disilva se sente deslocada, ela sabe que não pertence ao Paraíso e tampouco merece algum lugar aos céus. Ela nunca quis abaixar a cabeça para ninguém e nunca precisou pensar duas vezes ao cometer seus deslizes. Até que foi posta como guardiã de Alex. Ela o viu crescer e não pôde evitar se apaixonar pelo homem em que ele se transformou. Cedendo à atração obvia existente entre eles, foram contra todas as regras e fugiram para ficar juntos. Porém à medida que os dois se envolviam num relacionamento sério e intenso, Alex começa a questioná-la sobre seu passado. E isso acaba por trazer sofrimento a ambas as partes. Os problemas poderiam ser apenas relacionados a isso, porém há um mistério bem maior rodeando nossa heroína. Abbigail é a chave para a danação do mundo, mas não sabe disso.

Uma historia onde o amor é imprevisível e se diverte pregando peças, onde tudo pode acontecer.

No

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Sobre a autora: 
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Kate Willians é escritora e estudante de letras. Escreveu seu primeiro livro aos 15 anos e o segundo Debaixo das minhas asas, publicou aos 17. Já foi a blogueira responsável pelo Drunk Culture e hoje se dedica apenas a escrita. Tem 20 anos e o seu maior sonho, é encantar as pessoas com suas palavras. A literatura a salvou, e espera um dia conseguir usar a mesma fonte para salvar outras pessoas. É extremamente apaixonada pelo que faz e adora passar o tempo livre com a família e com um pug bagunceiro e totalmente sem noção chamado Bob.

Essa resenha faz parte da Maratona Setembro Nacional, saiba mais: