Resenha 64 | Nas Proximidades do Amor

Título: Nas Proximidades do Amor – Série Predestinados, livro 1
Autora: Ligia Ortiz
Publicação independente (2014, 384 páginas)

Sinopse: Simples e envolvente Nas Proximidades do Amor é uma história sobre encontros, desencontros, confiança e amor. Nalu Alcântara Hanz, uma jovem e atraente publicitária, faz de tudo para reprimir seus sentimentos após ter sido traída pelo noivo. Passado o período de luto ela encontra em Caio uma ilha segura e mantém seu coração afastado de qualquer possibilidade de ser quebrado novamente. No entanto uma virada do destino a coloca lado a lado, literalmente, com Alec e a atração entre os dois é instantânea. Ele faz o que pode para estar com ela, mas Nalu só recua com suas aproximações. Contudo não se foge da verdade por muito tempo, ela sempre aparece. Qual a forma certa de agir quando se tem algo a perder?

Resenha

Atenção ~ literatura +18

[5ª leitura durante a Maratona Literária #EuTôDeFérias]

Essa foi minha quinta e última leitura para a Maratona Literária #EuTôDeFérias. Não poderia ter melhor desfecho para essa experiência (rs). 

Narrado em primeira pessoa, em Nas Proximidades do Amor conhecemos Ana Lúcia, ou apenas Nalu, uma jovem que teve seu coração partido pelo ex-noivo e se sente bastante insegura com relação ao amor. Por isso, mantém uma relação casual com Caio, um colega de trabalho que, diferente dela, está apaixonado e tem interesse em fortalecer o que vivem juntos.

É nesse momento da vida de Nalu que o apartamento ao lado dela recebe um novo morador: Alec. O homem é deslumbrante, mas a relação de ambos começa conturbada e cheia de mal-entendidos. Embora haja um crescente interesse mútuo, há também muitos melindres por parte de Nalu. O seu passado doloroso faz com que Nalu prefira manter sua amizade colorida com Caio do que investir em Alec. Tudo piora, no entanto, quando Alec passa a trabalhar na mesma empresa que Nalu. Agora, além de serem vizinhos, terão de trabalhar juntos e a convivência diária faz crescer a tensão sexual entre eles.

Para a alegria dos leitores, chega um momento em que Nalu decide dar a si mesma a chance de ser feliz com Alec! Mas quando pensamos que tudo, finalmente, está se encaminhando, a autora nos leva a uma grande montanha-russa de emoções. Alec é passional, intenso e possessivo; Nalu é insegura e procura estabilidade, ao mesmo tempo em que deseja simplesmente abraçar o amor desse vizinho maravilhoso que invadiu sua vida. Intrigas, ciúmes, mentiras e muitos mal-entendidos permeiam o romance de Alex e Nalu. Por diversas vezes, me senti com raiva ou comovida com as atitudes deles.

Nas Proximidades do Amor é um livro que não nos deixa entediados (rs). Nalu e Alec se amam, mas não sabem como demonstrar o que sentem. Gostei muito de como a autora conseguiu apresentar ao leitor um amor tão grande e, de certo modo, tão ingênuo. Os erros cometidos tanto por Alec quanto por Nalu poderiam ter sido evitados, mas o orgulho ferido ou até mesmo a inexperiência afetiva foram grandes demais. Eu queria ter mediado a comunicação entre eles em vários momentos (rs). Doeu vê-los sofrer tanto... L. A. L Ortiz foi implacável!

O único aspecto negativo da obra, em minha opinião, foi que alguns conflitos entre o casal não pareciam suficientes para provocar tão intensas reações dos personagens. Apesar disso, o drama romântico é encantador para quem procura por esse gênero literário, somado a muitas cenas picantes que só revelam a química adorável que existe entre o casal. Alec e Nalu, de um jeito complexo, são perfeitos um para o outro!

Minha leitura foi em e-book e adorei a capa! Infelizmente, há muitos erros de revisão no livro, mas nada que interfira na compreensão do texto. A narrativa da autora é fluída e a leitura ágil. Vale a apena conferir a obra.

P.S. Preciso dizer que adorei a personagem Thais, melhor amiga da Nalu! Espero mais da presença dela no segundo volume da série. Tenho certeza de que muita coisa acontecerá ainda.

Avaliação:

Compartilho os meus quotes favoritos:

– ...eu sei que posso me machucar com alguém que mexe tanto comigo e honestamente não quero isso. Prefiro o seguro.

– Fala sério, Nalu. Continue assim e vai se casar com um grande amigo, mas sem um pingo de paixão e um dia isso não vai bastar.

– Não quero largar minha estabilidade emocional por uma incerteza. O Caio é segurança. Sei que ele não vai me magoar, já o Alec, tudo nele é inseguro pra mim. O que ele me faz sentir, como eu fico perto dele. Sinto que ele pode literalmente tirar o chão que estou pisando, e só de pensar nisso acontecendo de novo comigo tenho vontade de me encolher.

Estou sem palavras. Ele teve esse trabalho por mim? (...)

– Era sua deixa para me agradecer, de qualquer forma, fiz de coração. Ou Não. Talvez tenha feito só para me ver livre de você. O que acha?

– Acho que estava indo bem até o seu lado menos feliz aparecer.

– Sério? Eu não tenho um lado menos feliz. Todos os meus lados são felizes. Devia prestar mais atenção.

Não entendo a dúvida que encobre seu discernimento sobre meus sentimentos. Quero lhe dar clareza, certeza incondicional do que sinto. É enorme, intenso, intangível, tanto que é difícil expressar. 

– Não consigo negar, aprecio muito ter um bom adversário, creio que nos faz evoluir e melhorar nossos pontos falhos.

– Concordo. Uma competição saudável traz o benefício do aperfeiçoamento pessoal.

– É que eu simplesmente não entendo a traição. Sério. Ninguém é obrigado a permanecer com o mesmo sentimento de outrora. É triste um término de relação, entretanto é legítimo, é honesto quando um chega e informa o outro. A situação não faz a pessoa ser ruim, apenas reflete que o sentimento transmutou e que exige uma mudança. Agora, a traição, o fato de enganar alguém, de faltar com o respeito me enoja de tal maneira que é difícil até de falar.

Sim, eu amo. A constatação vem clara e objetiva. Por mais que eu tenha medo de me ferir novamente, o sentimento que cresce em mim ganha espaço e empurra qualquer temor para uma ala obscura da munha mente e devagarinho me esqueço do receio, da censura e de qualquer razão que minha apreensão inicial pudesse ter.

– (...) Não deixe que uma situação ruim surja por medo de resolver as intempéries que vão aparecer, porque elas aparecem independente do quanto as evitamos.

– (...) Quando ele me desafiou eu tinha, precisava atacar a altura e você me cortou, impediu de extravasar. Acabei sendo conivente com seu silêncio e fiquei implodido. Fodidamente implodido. Esse não sou eu, Nalu. Não sou eu quando não revido. Não sou eu quanto não a reivindico e eu não gosto de quem estou sendo por causa dessa mentira...

Toda e qualquer razão desaparece quando somos tomados pelo amor. O sentimento corrompe nossa mente, cega nossos olhos e somente enxergamos aquilo que o coração quer.

– (...) Fora que aprendi uma coisa nos últimos meses, que deve ser levado à sério o ditado que diz: "Onde se ganha o pão, não se come a carne".

Perdi. É chato encarar a derrota, porém pior é fingir que ela não existe.

Às vezes as situações não são claras, o destino nos prega peças ou o trabalho é tão árduo que vacilamos em nossa determinação. Entretanto quando se sente que algo é especial, cada suor, cada esforço, vale a pena.

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*Aproveito para desejar à querida autora Ligia Ortiz, aos demais parceiros e a vocês, leitores, um Natal abençoado! Que nunca faltem razões para celebrar!*