Resenha 55 | Grumpy Cat, um livro azedo

Título: Grumpy Cat, um livro azedo
Tradução: Candice Soldatelli e Bruno Mattos
Editora [parceira]: Belas-Letras (2014, 96 páginas)

Sinopse: Já vivi sete vidas... Esta é a pior de todas. Em Grumpy Cat – Um livro azedo, o bichano vai mostrar que ser azedo não é um talento que vem de berço; qualquer um, com muito treino e determinação, pode desenvolver. O leitor vai conhecer a breve história do Gato (incluindo todos os sonhos que ele já arruinou), descobrir os bons motivos para odiar cachorros (e pessoas!) e praticar o mau humor.

Resenha

Sabe aquele livro que foge do convencional? Assim é Grumpy Cat, um livro azedo! Desde o seu lançamento pela Editora Belas-Letras, soube que gostaria de lê-lo. 

A proposta da obra é dedicada aos leitores que apreciam o sarcasmo. Eu me incluo entre eles (haha). O humor negro sempre me divertiu, justamente por ser capaz de atenuar momentos de tensão e, assim, nos permitir refleti-los. Grumpy, o "autor" da obra, é um gato rabugento e de mal com o mundo. Nesse livro, ele vem nos ensinar como nos tornar pessoas piores. E, quem sabe, também nos arrancar risos.

Esse gato, que literalmente se tornou a cara do mau-humor, mora no Arizona (EUA) e limitava a sua fama a uma página no Facebook. O sucesso das suas frases e dicas para que nos tornássemos seres humanos mais azedos, e assim mais suportáveis, ganhou o coração de milhares de seguidores. Hoje, especialmente por meio desse livro, também encanta os leitores brasileiros.

Grumpy Cat, um livro azedo é um verdadeiro manual do que não fazer para se tornar alguém mal-humorado. Nele você encontrará dicas e atividades para ser nem um pouco gentil e melhorar o seu azedume (rs).

Entenderam por que mencionei que esse é um livro nada convencional? Sua apreciação depende, em grande medida, do quanto cada leitor é capaz de se divertir com os impropérios de Grumpy. Eu, particularmente, ri das suas frases e gostaria que tivessem mais páginas quando cheguei rapidamente ao final da obra.

Achei a publicação de Grumpy Cat, um livro azedo muito ousada. Em um momento no qual vemos cada vez mais livros que nos educam para sermos melhores, repletos de atividades reflexivas e frases de efeito, a Editora Belas-Letras investiu em um livro capaz de incomodar os mais moralistas.

A verdade, no entanto, é que Grumpy Cat, um livro azedo se torna interessante justamente aos leitores otimistas. Eu, por exemplo, lia suas frases ácidas e refletia o quão estreito é o pensamento de algumas pessoas que conheço, tal como o próprio Grumpy se expressa em muitos momentos.

Parece que há quem realmente pratica em frente ao espelho como se tornar amargo e privar-se das melhores experiências que vivemos apenas ao lado dos outros.

Só posso dizer que a leitura desse livro foi mais breve do que gostaria e que, em muitas das suas páginas, soltei risos ao ver as expressões de Grumpy. Incrível como um animalzinho pode se tornar um ícone!

A edição da Editora Belas-Letras está excepcional, com capa dura, folhas coloridas e muitas fotos da gatinha Grumpy (sim, é fêmea!). Se deseja conhecer um pouco mais da obra, que tal ler a matéria publicada na Folha de São Paulo? ~ [leia aqui].

Como fragilidade, destaco que (em minha opinião) o livro possui um público bastante seleto. Devido à falta de clareza sobre o real objetivo do livro, temo que Grumpy Cat, um livro azedo perca seu sentido aos olhos menos atentos. Aliás, ouso dizer que o livro poderia ser muito criticado pela sua qualidade antissocial por quem o interprete de maneira literal.

Apesar disso, aos que apreciam uma boa dose de literatura não-convencional, esse é um livro muito agradável! Recomendo.

*Agradeço a Editora Belas-Letras pela carinhosa cortesia dessa leitura!*

Avaliação:

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