Resenha 34 | O Caçador – as trevas da verdade

Título: O Caçador – as trevas da verdade (volume 1)
Autor: Victor Bulhões
Editora [parceira]: Selo Jovem (2014, 274 páginas)

Sinopse: Adrian é um jovem que sem saber, possuía o sangue sagrado dos caçadores em suas veias, nascido e criado na Romênia, por seu avô Bernard, seu único companheiro e mentor, que lhe ensinou todos os valores que precisava aprender para ser um bom caçador, um homem honrado e benevolente. Foram longos anos de paz, tudo caminhava para que se tornasse apenas um homem que vivia com o que a mãe natureza tinha a oferecer... Até o momento em que um misterioso viajante, traz notícias de seu pai, há muito tempo desaparecido. A verdade obscura que lhe fora escondida será finalmente revelada.Criaturas que habitavam os seus piores pesadelos viriam à tona. Estava na hora de abraçar seu destino. Seus dons adormecidos seriam usados novamente para combater as trevas que reinavam sobre a humanidade. A guerra está apenas começando.

Resenha

Desde que soube do lançamento de O Caçador – as trevas da verdade, senti-me motivada a lê-lo! Foi com alegria que abracei a oportunidade de participar do Book Tour organizado pelo parceiro Leitor Sagaz.

Narrado em terceira pessoa, o livro nos apresenta Adrian Uther, um adolescente que mora com seu avô na Romênia, em um local afastado de qualquer civilização, no período medieval. Gostei muito da vida que levava junto ao avô, caçando animais para se alimentarem e trocarem na vila próxima por pães e bebidas. Estamos tão habituados com protagonistas urbanos e cheios de regalias que é inusitado ler algo tão diferente! 

Adrian não é um ser humano qualquer, assim como seu avô Bernard. Ambos têm em seu sangue a bênção de Deus para exterminar os seres das trevas: vampiros. Durante séculos, os vampiros trouxeram a desgraça e morte aos humanos com os poderes do inferno. Mas para cada século, também, Deus elegeu um escolhido para ser o mais poderoso dos caçadores; aquele que teria a nobre missão de comandar os demais caçadores à vitória sobre as trevas. E desta vez, o escolhido foi Adrian Uther!

Adrian cresceu sem nada saber sobre seu destino, sendo constantemente protegido pelo seu experiente avô. Preciso dizer que Bernard foi meu personagem favorito! Um senhor sábio, que não se deixou dominar pelas dificuldades e conseguiu manter a si mesmo e a seu neto vivos até que o grande momento chegasse: o despertar dos poderes de Adrian! Tão logo o poder divino passou a se manifestar em Adrian, o avô expôs todo o seu conhecimento sobre os vampiros para prepará-lo. Com seu forte senso de justiça, não é inesperado que Adrian abrace a honrosa causa em favor da humanidade e decida doar cada um dos seus dias para caçar vampiros.

No entanto, a vida do caçador escolhido não será fácil. A Romênia está quase inteiramente conquistada pelos vampiros e não há muitos caçadores que permaneceram resistindo. Adrian terá que se submeter a intensos treinamentos e recrutar novos nobres homens que estejam dispostos a enfrentar o mal, sem garantia de sucesso. Ao seu favor, porém, Adrian conta com o avô e um poderoso aliado: Demetrius, o Lorde das Trevas – um dos vampiros mais temidos, maldosos e sanguinários que traiu sua raça para aliar-se aos humanos e vingar-se do que lhe aconteceu no passado.

O Caçador – as trevas da verdade é repleto de batalhas e humor! Este equilíbrio me rendeu divertimento em meio a cenários tensos e me fez manter o ritmo da leitura do início ao fim. Eu apreciei a narrativa do autor pela sua leveza e fluidez, assim como pela ousada apresentação de novas lendas envolvendo vampiros e seres humanos. Por este motivo, recomendo a leitura deste livro aos que apreciam o gênero sobrenatural ou fantasia medieval! Estou muito feliz pela oportunidade de, finalmente, prestigiar o talento do Victor Bulhões.

Como aspectos negativos, considero que os personagens aceitaram com muita facilidade qualquer verdade revelada. Isso me incomodou um pouco. A obra ainda possui um certo grau de previsibilidade e senti que faltaram surpresas ao longo da leitura. Apesar disso, sendo o primeiro volume de uma série, posso dizer haver muitos elementos para o autor explorar nos próximos volumes e estou ansiosa por lê-los!

A capa é linda, gente! Acho que representa claramente o Adrian e o gélido contexto no qual a história se desenvolve. A diagramação está ótima, mas a revisão deixou a desejar – o que não interfere na leitura.

Avaliação:

Compartilho meus quotes favoritos:

– Que sorriso é esse? Por acaso conhece esse viajante? (...)

– Talvez eu conheça o que ele seja, Adrian, quem ele é não importa... (p. 29)

– ...sei que é um momento difícil, porém acostume-se, a vida nos reserva muitas surpresas... Temos de estar preparados para recebê-las, sejam boas ou ruins. (p. 32)

– Controle seus sentimentos, eles podem ser traiçoeiros. (p. 37)

– Para que uns se tornem grandes, outros se tornarão pequenos, ou até mortos... (p.. 100-101)

– ...os bons sentimentos são capazes de transformar até a mais temível criatura. (p. 155)

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