[Lançamento] Chame como quiser

em 19.6.17 5 comentários
Pegue
aquela sua caderneta preciosa para anotar essa dica literária, porque vale a pena!

Se você ainda não conhece Anderson Henrique, mas aprecia uma narrativa madura e envolvente, saiba que este é um nome para se acompanhar.

Recém-saído da gráfica, com cheiro de novidade e boa literatura, Chame como quiser é o lançamento do momento (💕). 

'Bora conhecer o livro e seu autor!


Título: Chame como quiser
Autor: Anderson Henrique
Editora: Penalux | 2017 | 144 páginas
Apresentação: Histórias com enredos fantásticos, ironia e um pouco de acidez, é o que promete o livro Chame Como Quiser, de Anderson Henrique. Publicado pela editora Penalux, a obra reúne 13 contos inusitados que recorrem ao niilismo e ao sarcasmo para dissecar o cotidiano e questionar as relações humanas.
É comum classificar os livros e seus autores em correntes, escolas ou times. Chame Como Quiser é um caso à parte. Não há um apego à temática ou ao estilo uniforme nos contos que compõem a coletânea. Em “Invisível”, por exemplo, temos uma narrativa que examina a dinâmica dos núcleos familiares através da rotina de um adolescente que tem a convicção de estar desaparecendo. É um texto que se aproxima do fantástico para indagar a fragilidade dos elos sociais. Já em “O jantar”, a inclinação para o absurdo é clara: um funcionário de escritório é convidado para um jantar misterioso em que é tomado por uma celebridade de renome internacional. Vemos a ascensão do personagem à condição de divindade e seu inevitável regresso ao mundo dos mortais.
A variação nos temas e nas opções estilísticas parecem definir o livro desde a escolha do título: recortes urbanos quase jornalísticos se misturam a narrativas que apostam em tradições regionalistas; contos que remetem ao realismo mágico como “Multiplicai” figuram ao lado de textos pueris como “Belinha” ou histórias que investigam o material humano de dentro para fora como em “A obra”.
O livro sai com a chancela de Marcelino Freire. E para que não se pense que a literatura aqui é levada ao extremo da seriedade, sisuda e tradicional, uma subscrição na capa indica que este é o segundo volume de uma série de um livro só. Anderson extrapola o jogo no conteúdo, em sua biografia e nos elementos gráficos que compõem a obra.

Chame como quiser é uma coletânea com 13 contos que já tive o prazer de conhecer! Cada conto foi desenvolvido com uma narrativa que se sobressai em qualidade. O autor não poupou zelo com o conteúdo, a estrutura e a criatividade.

[Divulgação | Campanha] Quentin tem que morrer

em 10.2.17 19 comentários
Hoje
venho falar dele, um dos mais criativos autores que acompanho: Samuel Cardeal!

Se você nunca ouviu falar dele, não sabe o que está perdendo. Samuel é um dos autores mais ousados no que se refere à boa exploração de diferentes gêneros e enredos. Já escreveu distopia, romance dramático, nonsense, thriller psicológico, horror e agora nos traz um lançamento inspirado em grandes produções cinematográficas. Além de tudo isso, é experiente diagramador, capista, leitor crítico e ghost writer. Cara versátil, não?

É por isso que não poderia deixar de apoiá-lo. 
Então, 'bora conhecer Quentin tem que morrer!


Título: Quentin tem que morrer
Autor: Samuel Cardeal
Editora: EX! Editora | 2016 | 203 páginas
Sinopse: Quentin é um jovem comum, com um emprego comum e uma vida comum. Seus dias de marasmo chegam ao fim quando, saindo do trabalho para ir a uma sessão de cinema, vê-se seguido por dois homens armados. A partir daí, mergulha em um turbilhão de acontecimentos, em meio a perseguições, tiroteios e boates de striptease, e tem que fazer de tudo para manter-se vivo. Com alguns aliados e muitos inimigos, Quentin sabe que querem seu sangue, mas não faz ideia do porquê. A única coisa que sabe é que não está pronto para morrer.
Inspirado na vida e obra de Quentin Tarantino, "Quentin Tem Que Morrer" é uma aventura divertida e violenta, uma homenagem despretensiosa ao trabalho do cineasta.

A edição digital já está disponível na Amazon  http://migre.me/w1G9Z

Para
publicar a edição impressa, o autor disponibilizou no Catarse uma campanha para financiamento coletivo.

Aos que não sabem, por meio do Catarse você pode propor um projeto e arrecadar recursos para desenvolvê-lo. Os apoiadores têm diferentes opções de valores com os quais podem colaborar e, para cada um deles, há recompensas. Ou seja, é como uma pré-venda. Você colabora financeiramente, mas também adquire produtos nessa colaboração. Se o projeto não alcançar sua meta em 60 dias, cada colaborador recebe seu dinheiro de volta.

Nesse caso, no entanto, o autor Samuel Cardeal optou pela campanha flexível. Isso quer dizer que, independentemente de alcançar ou não o valor necessário, os leitores receberão as recompensas correspondentes aos valores que pagaram.

[Resenha 157] A diaba e sua filha

em 9.2.17 26 comentários
Título: A diaba e sua filha
Autora: Marie NDiaye
Editora: Cosac Naify | 2011 | 40 páginas
Sinopse: A atmosfera noturna dá à história da autora franco-senegalesa Marie NDiaye um caráter sombrio e misterioso. O sincretismo de NDiaye ecoa em seu texto, mescla de metáforas dos contos de fada tradicionais e de elementos da literatura africana. No livro, uma diaba sai todas as noites da floresta à procura de sua filha que desapareceu misteriosamente, junto com a casa onde moravam. Foi quando a diaba percebeu também que seus delicados pés haviam se transformado em cascos de cabra – deformidade que causa repulsa nas pessoas. A ambiguidade da personagem – alegoria da noite –, de face graciosa, olhos doces, mas com cascos no lugar dos pés, suscita no leitor alguma hesitação e muitos questionamentos. Um livro enigmático que nos convida a refletir sobre como o afeto é capaz de humanizar até a aparentemente mais aterrorizante criatura e sobre a importância de se respeitar as diferenças, visíveis e invisíveis.

“NDiaye escreve sobre os nossos medos e o modo como eles são colectivamente construídos. Escreve sobre a necessidade de classificarmos os outros e os arrumarmos em bons e maus, em anjos e monstros.” (Mia Couto)

Resenha

– Alguém sabe onde está minha filha?

A diaba e sua filha me atraiu inicialmente pelo título, depois a sinopse cumpriu o objetivo e acabou por me incentivar a adquirir essa leitura. Até então não tive contato com a literatura africana, algo que pretendo mudar depois dessa bela experiência.

Com uma narrativa melancólica, somos apresentados a uma jovem que não se lembra quem foi ou onde mora. Ela apenas carrega uma certeza: é mãe de uma menina, de quem desconhece o paradeiro. Conforme anda pelas ruas, seus passos ecoam: clique-claque, clique-claque, clique-claque...

Ela não é capaz de dizer desde quando seus pés se tornaram parecidos com pequenos cascos de cabra, com uma acentuada fenda. No véu de suas lembranças sabe que nem sempre foi assim. Um dia, seus pés foram normais.

Ela bate de porta em porta e pergunta a quem lhe atende: 

– Onde está minha filha?

[Divulgação] Escarlate

em 8.2.17 10 comentários
A
dica literária de hoje vai para os leitores que apreciam romances eróticos nada convencionais!

Para começar, o autor J. Jamesson ousou apresentar um protagonista que passa a ter frequentes pesadelos com uma desconhecida mulher. Mesmo sentindo haver perigo, o rapaz procura se envolver ainda mais nos seus sonhos e acaba acessando um mundo sobrenatural pouco explorado na literatura!

'Bora conhecer?


Título: Escarlate
Autor: J. Jamesson
Publicação independente | 2016 | 119 páginas
Sinopse: UMA INIGUALÁVEL AVENTURA EM PRIMEIRA PESSOA! Você se sentirá o protagonista de uma história intensa e cheia de reviravoltas num darkworld repleto de erotismo.

“— E será que é uma boa ideia confiar em você?
Um sorrisinho contido. Divertido.
— Não.
Ela estendeu o braço e estalou os dedos. Um som esquisito atingiu meu ouvido direito, me fazendo virar o rosto a tempo de testemunhar o portal nascendo bem no meio da encruzilhada. O aspecto era o mesmo dos outros, mas o rodopiar da aura escarlate apresentava-se tão violento que punha papéis amassados e embalagens rasgadas para dançar um baile perturbador pela rua deserta. Os cabelos da súcuba agitavam-se para lá e para cá de maneira quase hipnótica.
— Mas desde quando você dá ouvidos ao bom senso?”

Misteriosos pesadelos interrompem a vida tranquila de um rapaz e lhe mostram a passagem para um submundo esquecido, onde ele conhece criaturas insólitas, lugares sinistros e passa quentes momentos ao lado da súcuba que o deixou obcecado. Contudo, ele não demora em descobrir que todo prazer tem seu preço.

Eu
já tive a experiência de ler um pouco sobre súcubos (demônios que invadem os sonhos para, através de relação sexual, se alimentar da energia vital), pois aprecio o gênero sobrenatural e sempre estou à procura de narrativas diferentes. Adorei, no entanto, que o autor tenha apresentado um enredo erótico com essas criaturas em destaque! O fato de ele prezar por enriquecer essa mitologia com mais consistência cultural e social me anima.

[Resenha 156] Noah Stalder

em 7.2.17 30 comentários
Título: Noah Stalder
Autor: Cesar Ferraz
Editora: Multifoco | 2014 | 342 páginas
Sinopse: Homem e máquina. Este é o mundo hoje. Mas o que aconteceria se um tomasse o controle? Se as máquinas criassem consciência e o homem deixasse de ser importante? O jovem Noah Stalder vive neste inconcebível mundo e nos convida a embarcar em uma aventura em que tudo está em jogo: sua família, amigos e até mesmo seu passado. Durante sua jornada ele torna-se um adulto e aprende a lidar com perdas e a se responsabilizar por seus atos e as consequências a eles atreladas. Noah Stalder é mais que um livro infantojuvenil, é uma possibilidade de retorno à adolescência e ao caminho que leva à vida adulta.



Resenha

Noah Stalder é uma leitura memorável! Distinto do que vemos no mercado literário, o autor Cesar Ferraz não hesitou ao criar um cenário que equilibra ficção científica e fantasia, com um quê distópico! Ele ousou trazer elementos de ambos os gêneros e enriquecer a narrativa, de alta qualidade, com reviravoltas inesperadas.

Representação da redoma segundo o autor.
Noah é um habitante de Leekompur, lugar bastante avançado tecnologicamente e protegido por uma redoma que evita o contato da população com a radiação externa. Nesse lugar, o conhecimento é a verdadeira ambição, pois foi através da ciência que puderam sobreviver e criar a redoma.

...vivíamos em uma época onde todas as pessoas que conheciam mais a fundo as ciências eram consideradas nobres. Nossa existência, ameaçada à extinção, dependia fundamentalmente de todo o conhecimento científico remanescente para a preservação de nossa espécie.

De todos os assuntos que poderiam atrair a atenção de Noah, um particularmente lhe era mais curioso: andróides eletromenchs. Meio humanos, meio robôs, essa é uma tecnologia pertencente à Velha Era, cujos relatos só sobraram nas aulas de História dos Antepassados.

[Lançamento] Deuses Tupiniquins

em 6.2.17 11 comentários
Se
você não leu O Mythos: O Fim do Mundo é Logo Ali, do autor M. R. Terci, está perdendo um dos melhores livros nacionais contemporâneos disponíveis na Amazon.

Em minha resenha, destaquei a criatividade incomparável do autor ao trazer à tona os deuses brasileiros, aqueles que já existiam e eram cultuados antes da nossa colonização. Com maestria, M. R. Terci nos provoca a pensar sobre como eram as crenças dos nativos antes de a cultura europeia lhes ser imposta. Ou seja, como eram as raízes da nossa terra, essa sobre a qual ainda pisamos, antes de tudo ser reescrito pelo homem branco.

Depois do enorme sucesso de O Mythos, o autor agora nos apresenta uma sequência bombástica! 

Ele lançou a minissérie Deuses Tupiniquins, 
que será publicada em três volumes digitais na Amazon.
O primeiro já está disponível: 


Título: Deuses Tupiniquins – volume 1
Publicação independente: Amazon | 2017 | 69 páginas
Sinopse: “Um relâmpago, lépido, acendeu o ar carregado de olores de álcool e, naquele instante, Rabicó viu as silhuetas hediondas de duas figuras antropomórficas se batendo no meio do bar. Eram gigantes poderosos. Aquele que aparentemente levava a pior tinha o corpo disforme, convulso, menos denso que o seu antagonista e gritava de agonia. Quando voltou sua cabeça para o alto, uma imensa onça saltou de sua boca.”
Bem-vindos a um mundo governado pelo caos, pela fome e pela miséria. Um lugar escuro, onde poder vale mais do que vidas humanas e o sangue é a única moeda de troca. Bem-vindos ao exato momento em que toda loucura e perversidade do abismo e toda funesta sujeira da alma humana serão servidas numa bandeja de prata à míngua dos mais nobres valores e das verdades mais incontestáveis da natureza humana. Bem-vindos, DEUSES TUPINIQUINS, ao nosso mundo moderno.

A 
sinopse me encheu de expectativas porque faz menção a Rabicó, um dos personagens secundários de O Mythos que agora vem brilhar em Deuses Tupiniquins recebendo mais atenção.

[Divulgação] Mundo Cão

em 5.2.17 16 comentários
Sabe
aquele livro que parece convidá-lo para o ler? Tudo o que vejo a respeito de Mundo Cão me soa tremendamente magnético.

Talvez seja porque seu autor, ao escrevê-lo, abordou a decadência humana. Ou talvez seja o fato de que ele procurou retratar a realidade brasileira e baiana, a música alternativa e o medo de um futuro trágico... Posso não saber o que exatamente me atraiu, mas a sinopse dessa obra certamente promete uma leitura surpreendente para quem curte temáticas que envolvem comportamento moral.

'Bora conferir:


Título: Mundo Cão
Autor: Matheus Peleteiro
Editora: Novo Século | 2015 | 168 páginas
Sinopse: Unindo elementos de literatura marginal com sentimentos altruístas, surge Mundo Cão, que narra, em primeira pessoa, a história de Pedro Contino, um jovem que so­fre desde cedo por conta das peripécias da vida, e, por mais que busque o melhor, vê, em sua sombra, o caos. Morador da favela Roda Vida, Pedro poderia ter traçado qualquer caminho, mas a vida escolheu um em especial. Mesmo em meio à ausência de recursos, é apresentado à literatura por um vizinho mais velho, e, por conta dela, cria uma importante consciência social. Guiado por músicas e livros, ele logo percebe como tudo funciona. Indigna-se e, amargamente, percebe que não tem poder para realizar uma mudança no mundo…
O caos já faz parte dele, envolvendo-se com drogas, álcool, e, para completar, com as mais belas e loucas mulheres.

Eu
sinto enorme curiosidade por conhecer o protagonista Pedro. Acho que vou me encantar e torcer por ele!

Nas palavras do próprio autor:

Criei um personagem que quer ser bom nos dias trágicos ainda que tudo lhe chame para o errado... A história se passa em Salvador, e nela tentei trazer o humor ácido do Bukowski e a maneira de entreter do Dostoievski.
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